domingo, 27 de junho de 2010

Nada a falar

Faz tempo que num apareço,é que ando meio ocupada sabe logo,logi começo e escrever pra mim mesma,pois essa é verdade eu escrevo aqui e eu leio,e não tõ nem ai se ninguém olhar não,isso aqui que eu faço,é um desabafo meu pra mim mesma

sábado, 12 de junho de 2010

Olhando pra você

Perco tempo
E faço coisas que você parece nem notar
Tantos planos e outra vez eu vou embora sem saber o que falar
Talvez eu seja só um novo amigo
talvez eu queira te levar comigo
Pra bem longe daqui
Onde nem o céu seja o limite

Esperei o tempo
Falar por mim
Coisas que eu não sei dizer
Olhando pra você

Sei que vejo
Você de um jeito que ninguém consegue enxergar
Tantos planos
E outra vez eu vou embora sem saber o que falar
Talvez eu seja só um novo amigo
Talvez eu queira te levar comigo
Pra bem longe daqui
Onde nem o céu seja o limite

Esperei o tempo
Falar por mim
Coisas que eu não sei dizer
Olhando pra você
Esperei o tempo
Falar por mim
Coisas que eu não sei dizer
Olhando pra você


Banda drive

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Clarice Lispector 2

Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.

Clarice Lispector

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta

Clarice Lispector